Os Wooden Shjips são a pior banda do mundo a dar nomes aos discos, isso é um ponto assente. Também não são lá muito bons a mascarar as suas influências, mas bem vistas as coisas é precisamente por isso que gostamos muito deles.
Se em Dos, o seu disco de 2009, os Doors eram os maiores, emWest reinam os teclados em ácidos à la Martin Ver (o reverenciado reverendo teclista dos Suicide) e a guitarra mergulhada em (ainda mais) ácidos e suja como poucas, que nos faz pensar em Velvet Underground ou 13th Floor Elevators (‘Lazy Bones’). Dificil é não nos lembrarmos de referências, que a banda assume sem pudor e cheia de confiança.
Confiança essa que é notória quer a nível da composição, quer a nível da produção. E se a primeira vem sem dúvida da experiência de Ripley Johnson enquanto Moon Duo (outro discaço), a segunda advém da rubrica feita na papelada da Thrill Jockey. O que esperar então? Loops de guitarra com muito fuzz, uma bateria minimalista e circular a lembrar os colossos teutónicos (‘Crossing’) e uns teclados tão espaciais que podiam ter vindo do planeta que fica entre Vénus e Marte. No verão, com cerveja na mão e olhar no horizonte, não há melhor. Há mais melodia, mais sentimento e até uma faixa, Home, que pela sonoridade justifica o nome do disco e faz pensar em paisagens de Oeste, desérticas e quentes.