Já são quase quinze anos a escarrar black thrash como manda a lei em tudo o que lhe aparece à frente, perfazendo cinco álbuns e mais de uma dezena de splits. Se o novo “Chemistry Of Consciousness” é indicação de alguma coisa, é de que Joel Grind ainda não se cansou nem ficou sem ideias.

Em jeito de ilustração desta vitalidade criativa temos “Rat Eater”, em particular pelo quão depressa passa do arrastar em dissonância inicial para um metralhar descontrolado de sujidade cheia de pinta. “Chemistry Of Consciousness” é essencialmente isto, uma mistura sem merdas ou qualquer tipo de experimentalismo desnecessário do melhor que o thrash tem para oferecer com o ódio do black metal, tudo com uma aguerridamente punk. Nada que não se tivesse à espera, portanto.

Em termos de produção e mistura, a dupla composta por Kurt Ballou e Brad Boatright (que este ano já deitou as mãos aos novos discos de Jucifer, Obelyskkh e Blind To Faith) continuam a aproximação a terrenos mais perceptíveis que se verifica desde que a banda assinou pela Relapse. Que o façam sem sacrificar a característica sujidade que sempre pautou os registos do grupo e mantendo uma apreciável distância de qualquer tipo de plasticidade moderna é uma das razões pelas quais o disco resulta tão bem.

No fundo nem há grandes segredos neste tipo de música: é saber cuspir riffs como deve ser, com doses semelhantes de asco egroove. Não é necessário nem desejável que se reinvente coisa alguma, só é preciso bom gosto e a urgência furiosa de quem está fodido e tem algo a dizer. Com os Toxic Holocaust estamos conversados no que diz respeito a qualquer um desses aspectos.