Bem medido, o termo revivalismo não passa de outra bacoca definição que pouco significa. Até porque compreendê-lo implicaria discernir sem distanciamento o que é contemporâneo. Esta sobreposição temporal está de perna aberta em “Cranekiss”, um álbum que é de 1982 e também é de 2015, dependendo do vosso gosto e de como hoje estão vestidos. Dá para juntá-lo ao gasto vinil de Cocteau Twins e dá para mostrar no iPod aos amigos, como se tivessem descoberto a próxima cena a tocar na Avenida da Liberdade ainda antes do Mexefest sequer saber que ela vai lá estar. Dream pop de estrelas a boiar pelos pés, trazida por uma donzela neozelandesa que veste cabedal para se proteger da modernidade (?) nova-iorquina.