No ano em que completou o 20.º aniversário, o festival Super Bock Super Rock não trouxe grandes novidades. A maioria dos nomes que actuou na Herdade do Cabeço da Flauta, junto ao Meco, já tinha passado por outros festivais em anos anteriores. Ainda assim, no geral, o balanço foi positivo.

No primeiro dia passaram pelo pelo palco EDP Million Dollar LipsErlend Øye, Cat Empire, Jake Bugg e Panda Bear. Destacamos a actuação de Bugg, um nome a ter em atenção e que não nos espantará se o reencontrarmos, futuramente, num palco principal ou numa qualquer sala nacional. Este jovem britânico juntou em torno de si um público considerável e agarrou-o com o seu folk rock, sonoridades que recordaram Dylan e Cash. Os singles “Lightning Bolt” e “Two fingers”, do seu primeiro álbum, levaram a audiência ao rubro, que se manteve colada de fronte para o palco até ao final, não obstante os Tame Impala ainda tocarem no palco principal.

Ali perto, no palco Antena 3, passaram os Ciclo Preparatório e o incontornável Frankie Chavez, que apresentando o seu mais recente trabalho, Heart & Spine, foi acarinhado pelo público que o recebeu cantando, pulando e dançando ao som dos seus acordes.

Obviamente as atracções principais estavam no palco Super Bock e coube aos Vintage Trouble abrir as hostilidades com o seu energético rock blues, ateando o ainda pouco público num final de tarde ameno.

Vestidos de branco e num cenário decorado com nuvens cor-de-rosa, os Metronomy reuniram os festivaleiros que ainda chegavam, contagiando-os com a sua electropop. Depois de terem estado em 2012 no Alive, a trupe de Joseph Mounta incluiu no seu reportório êxitos como “The Look” e “The Bay”, do aclamadoThe English Riviera, mas não faltaram os temas novos “I’m Aquarius” e “The Upsetter”, do seu último álbum Love Letters. Eles divertiram-se, nós também!

Os australianos Tame Impala brilharam, num cenário sombrio com o seu rock psicadélico, de génese dos Pink Floyd e do experimentalismo dos Beatles. De facto, o concerto transportou-nos para outras paragens, que lembravam os anos 60 e 70, através de imagens fractais projectadas no grande ecrã, mas também pela sua sonoridade, assumidamente imbuída do espirito melódico, em temas como “Elephant” e “Feels Like We Only Go Backwards”.

Cabeças de cartaz deste primeiro dia, os Massive Attackregressaram novamente a Portugal e trouxeram consigo algumas recordações. Ou melhor, evocaram-nas com “Risingson”, “Teardrop” e com “Unfinnish Simpathy”, tema que encerrou o espectáculo. Talvez tenha faltado “Karma Coma”, mas não é criticável pois a actuação foi irrepreensível, com direito a novos temas que sairão no próximo álbum, ainda sem data definida. Além da sonoridade, o público desfrutou igualmente de um espectáculo de multimédia, que incluiu logótipos de marcas e referências a líderes e a questões políticas, principalmente o conflito Israelo-árabe. Com 25 anos de existência, o trip-hop de Massive Attack mostra que ainda tem um lugar na cena musical, que não se perdeu na década de 1990 e que ainda o ouvimos com nostalgia. Bristol ainda está vivo!

E para terminar uma madrugada fria recebeu os Disclosure, com alguns minutos de atraso e uma paragem forçada por motivos técnicos, mas muito do público não arredou pé. Os irmãos Lawrence levaram a multidão a pular e dançar às primeiras batidas da sua electrónica, alcançando o auge nos temas “F For you” e “Grab Her”.

Para ver mais fotografias do primeiro dia do SUPER BOCK SUPER ROCK 2014 segue até à página do PA’ no Flickr.