Parece que faltam dez dias para haver The Soft Moon em Lisboa. Oportunidade única para os taxistas rebarbados da cidade, para as góticas que jamais largarão os discos de HIM, para os que não conseguem meter a vista num estendal sem pensarem no Ian Curtis ou até para os que ainda acreditam ser possível dançar sem sequer ter a dexteridade para apertar os própios sapatos se unirem numa combustão sexual feita de graves, de sintetizadores e do erotismo pós-depressivo do Luis Vasquez, tipo que me faz questionar a minha própria orientação cada vez que o ouço. Que se lixe a orientação, eu casava-me mesmo, de saltos altos e tudo. Toda a gente pode ser sensual com The Soft Moon, desde os tais taxistas com furúnculos no rabo, até àqueles, como eu, que acham que a dança é uma traição à tristeza. Mas eu danço. Dancei em Paredes. Não vou dançar em Lisboa, que ‘tou longe, mas vou fazer-vos comer a hóstia e rezar para que haja em palco músicas deste álbum incrível, editado em 2010. Os bilhetes custam 12€, o concerto é dia 12 e há Ninos du Brasil na primeira parte, banda da Hospital Productions, ou seja, podem confiar e não desconfiar do nome.