Já os tinha visto no Santiago Alquimista, mas foi em Barcelos, no segundo dia do Festival Milhões de Festa, que me rendi, definitivamente, aos PAUS. Desde então, o EP de estreia deste super-grupo português, É Uma Água, não sai da minha aparelhagem.
Podem ser apenas quatro canções, mas o que é certo é que a banda lisboeta conseguiu criar algo novo. Talvez por isso, torna-se muito difícil remeter comparações a qualquer trabalho musical previamente feito no nosso país. Com toques psicadélicos que vagueiam entre a electrónica e o rock, ouvir PAUS ganha todo um novo sentido quando é feito ao vivo, porque é impossível ficarmos alheios, estáticos ao que se passa no palco.
Pelo Pulso abre o disco com o coro das quatro vozes do grupo (João Shela, Joaquim Albergaria, Makoto Yagyu e Hélio Morais) e, embora todas as canções tenham a mesma “fórmula” de efeitos – pujante bateria e loops que ficam no ouvido – , cada tema tem uma particularidade que o torna único, nada repetitivo, onde os vocais, ora cantados, ora vocálicos, são auxiliares preciosos.
Mudo e Surdo, o primeiro single, é a canção mais conhecida, e talvez a mais fácil de ouvir. O que não quer dizer que não consigamos vibrar, sentir a energia e, até, dançar ao som da bateria siamesa que Morais e Albergaria partilham.
Esperamos mais dos PAUS, depois deste início brilhante, que veio dar uma lufada respiratória à boa música que se faz por cá. Se os quiserem ver em breve, podem aproveitar para dar um saltinho a Guimarães, já no próximo dia 21 de Agosto, onde a banda vai actuar no Barco Rock Fest, ou esperar até Setembro e espreitar o mercado do Quebra Costas, em Coimbra, a 11.