Passaram oito anos desde que a melancolia chegou à vaca sagrada da cultura ocidental – os Old Man Gloom expiaram os seus problemas com o natal em Christmas, um disco revelador de um génio sem limites de género. Em 2004, os Old Man Gloom erigiram o seu monumento de sludge, drone, folk, spoken-word, pós-metal e tudo o que seja possível fazer com duas guitarras, um baixo, uma bateria e uns tantos efeitos, para o destruíram num breu de inactividade que seria quebrado com NO, um tento menos fustigado pelo frio invernal da quadra que pára o mundo.

Em 2012, o único limite do super-grupo do sludge, que junta membros de Converge, ISIS, Zozobra e Cave In, era o seu próprio passado, brilhantemente delineado com um dos melhores longa-duração feitos na música pesada (o dito clássico instantâneo).  E 2012 trouxe um regresso com riffaria pesadíssima, e ambientes em clara negação: não importa o que foi feito, importa que os Old Man Gloom ainda sabem como derrubar paredes.

NO é um disco substancialmente menos ambiental, menos introspectivo, mas sobejamente mais violento e directo nas suas intenções, ainda que mais sublime nos seus pormenores, em que sob cada riff existe ou um contratempo de bateria que não altera o ritmo da música – apenas a nossa percepção da sua intensidade – ou uma melodia de guitarra tão típica de Aaron Turner. To Carry the Flame, o melhor exemplo disto, sobe a parada ao elevar o sludge ao nível de épico, ambiências que sempre lograram as bandas do género.

Os Old Man Gloom são, provavelmente, a melhor banda de sempre. Ou é isso que dizem. NO prova que não se levam a sério o suficiente para que tal afirmação venha pejada de seriedade (e a mesma ideia aplica-se às suas letras, com trocadilhos tão fáceis e grosseiros quanto The Forking Path). Mas nós, que os podemos ouvir, deveríamos saber melhor – e deveríamos levar as suas brincadeiras de forma mais séria.