O epíteto que no colo dos New Lows melhor cai é o de… Escape. Não, não ganhem ânsias de um dia o calendário vos poder trazer um gig deles cá no burgo. É que os Boston-borned operam como um entretém, uma rara evasão à rotina. Concertos são lume fugaz e John Liam Policastro, vocalista, tem na VICE norte-americana outro meio para descerrar bílis – os bitates que ele chuta sobre as sweaters natalícias dos Slayer ou a excelente entrevista por ele conduzida aos hooligans do Cardiff City são belas pérolas.

Ora, quando o tempo e a paciência lá concedem intervalo, os New Lows vão até estúdio e sopram a poeira dos instrumentos. A coisa, nestes moldes oficiais, não se dava desde 2011 – ano do muyjanota “Harvest Of The Carcass”, até agora único LP no curriculum vitae deste pessoal. Três anos se foram e o escarcéu não mudou por aí além: há hardcore de peito feito à Integrity, sempre afinado lá por baixo, porcalhão como se quer. Quando os sinos dobram na faixa-título, didascália para que a luz baixe e a pancada se solte, depreendemos que vem aí esse core metálico de riff orelhudo. Não nos enganamos: lá está a cadência de uma bateria ecoante – a gravação rudimentar é a crème de la crème destes americanos -, preparadíssima para que o breakdown moderno se instale.

Os New Lows não nos mentem. São isto. A fórmula lá muda, a espaços. “Osaka Sun” dá-nos as más-vindas com um baixo que nos relembra que os Mind Eraser deviam editar qualquer coisinha, mas, minuto e pouco depois, tudo volta ao padrão: John Liam desgraça afoitamente a sua voz e surge aquele momento tão apreciado para a dança hardcore. Sim, com estes rapazes há ocasiões muitas para que o side to side flua.

Ao final de cinco temas, ficamos a saber exactamente mesmo sobre os New Lows. É banda para o tabefe. Para o swinging fist enquanto pensamos no tipo que nos lixou o dia. Tínhamos disso consciência há muito e, quiçá, nem eles quererão ir além. Como escape? Capricham. Se deslumbram? Não.

P.S.: O Jacob Bannon continua a fazer cada artwork. Vénia.