«We are not going to clean up our sound, we are not going to hire a big producer, we are not going to try to write a radio song.» O gospel noise rock segundo Metz.
Executam-no bem os canadianos, naquele espírito aparentemente inofensivo de rapazes bonacheirões mais virados para o indie aprumado do que para o cagaçal desconjuntado. As aparências iludem, que os Metz são, gota a gota, filhos bastardos do noise que ficou à porta da KCRW e que os seguranças dos estúdios da MTV encheram de pontapés no cu. É como, bem vistas as coisas, escutarmos outra vez os carniceiros NoMeansNo sem cabelos brancos e com as mãos ainda por rasgar. Não há cinismo nosMetz.
Os putos ainda acreditam numa série de coisas, na distorção, nos dedos enfiados no nariz do post-punk à Drive Like Jehu, na palidez cadavérica daquilo que seria o Kurt Cobain sem maquilhagem, com a mesma vontade de se enfiar debaixo do próximo comboio a passar por Olympia. É bom ver que a Sub Pop também não se esqueceu daquilo que lhe deu nome, do post-hardcore com os sovacos a pingar suor e da revolução que ficou por fazer garagem a garagem. Os Metz são essas garagens todas, guitarras já meio escavacadas no lombo e um feedback que insiste em irritar os vizinhos de cima. Foi assim no primeiro, é assim no segundo e se houver terceiro apostamos que as coisas não mudarão muito. Estes são daqueles que acabam antes de começarem a fazer de conta.