Do Casal ao Cais é um saltinho. Comprar uns pacotinhos de amor na Possidónio, sentar nos murinhos da Maria Pia e sentir o calorzinho nos braços enquanto o Aqueduto se faz forte ribanceira abaixo. Ali era a Ribeira de Alcântara. Atrás o Palma’s Gang. Aqui já não sei o que é.

Tenho saudades de Lisboa. Tenho saudades dos Mão Morta. Tenho saudades dos Mão Morta em Lisboa quando tocavam no RRV (do que me contavam) e quando galgavam a Aula Magna (do que vi). Os Mão Morta do “Broche É Bom” que são os mesmos Mão Morta com ganas de matar. Da punhalada nas coxas aos putos que aparecem só para dar um fix. Os Mão Morta que chegavam pela Ama Romanta e os que continuam a meter medo aos desprevenidos. Os Mão Morta têm mau aspecto porque são rock. E o rock vai bem com cigarradas, putas de esquina, bebedeiras, bófias com os dentes de fora, vómitos urbanos que o rio leva na sua podre gangrena até à foz…

Eu não posso ir, que estou longe, mas os Mão Morta estão no Sabotage para duas datas este fim-de-semana, 27 e 28 de Maio, com 30 anos de carreira na pele. Que pelo que me contam é uma sala pequena, sem espaço para paneleirices e distinções supérfluas entre banda e público. I can only wish. Cada noite custa 12.5 e já há poucos bilhetes.