Os Löbo mudaram alguns elementos da sua alcateia e surgiram em Lisboa, cidade que já não lhes punha a vista em cima há mais de um ano, prontos a demonstrar o que andaram a cogitar nesta nova fase do grupo. A Alma continua solenemente intacta e ríspida – perante ela, somente nos resta o ligeiro anuimento de quem se sidera com cada pancada drone. Para o fim, soprou-se o lenço que protege o futuro de Löbo, ainda em quase total segredo. As luzes tímidas deram lustre ao que estará por vir: quiçá mais electrónico, quiçá não tão doom, quiçá mais post. São tudo quiçás que, ainda assim, agradaram. Talvez seja este o corpo animalesco que se fundirá com uma Alma que requer um porte robusto.
Os Long Distance Calling, à entrada, trataram de ir afinando as guitarras com faixas de Metallica, Megadeth ou Alice In Chains. Quite weird para uma banda que se dedica a um post-rock instrumental. Adjudicando-se à pouca ortodoxia, o baixista Jan Hoffmann veio equipado com uma camisola do Cookie Monster e com um sorriso de orelha a orelha, algo partilhado pelos outros membros da banda – o sorriso, não a camisola. Into The Black Wide Open e The Frigin D’an Boogie, faixas do homónimo novo álbum, deram início a um concerto de pouco mais de uma hora, que se revelaria bem humorado e com passagens musicais de sublime nível, como demonstra a aguerrida performance deArecibo. Todavia, os Long Distance Calling sofrem um pouco da síndrome igualitária do post-rock, que por vezes nos faz recordar de dezenas de outras bandas semelhantes. São muito bons? São. São-no suficientemente para sobressaírem da restante matilha? Provavelmente, não. Ainda assim, quem toca uma Black Paper Planes, música de encerramento, daquela forma… Merece ser saudado e aplaudido – principalmente o baterista, que besta.