Quantas garrafas de rum serão precisas para alguém admitir que já escreveu o seu melhor álbum de sempre e que a partir dali será sempre a descer? Perguntem aos Loma Prieta. Peçam-lhes todos os recibos da liquor store, confiram se eles não andam metidos na droga e vejam bem se na factura do telefone há alguma suicide line escondida. Depois desse “I.V.”, que no fundo coroou genialmente toda aquela revanche de hardcore meio melódico e/ou meio meio caótico trazida pela Deathwish Inc. neste início de década, como se sequer fosse possível fechar os pulsos aos fantasmas de pg.99 e Orchid, os Loma Prieta descomplicaram. “Self-Portrait” não tem metade daquele estampido, daquela bátega sonora que torna um par de headphones um instrumento BDSM, perde o turbilhão screamo e torna-se quase pop pela facilidade com que entra pela minha sala de estar, se senta, pergunta como vão as coisas, pega depois no casaco e vai embora. É simples, é muito mais melódico, é inteligível e não exige como o “The Last City” ou o “I.V.”. Then again, como é que lidas com o facto de já teres feito o melhor álbum da tua vida?