Quando as estrelas de determinado género musical se juntam para gravar discos, a coisa costuma costuma acabar em porcaria – tivemos recentemente mais um exemplo disso mesmo, vocês sabem de quem é que eu estou a falar. Estes Lock Up são uma das raras excepções. Um supergrupo de grind que faz a coisa como deve ser. Não tentam reinventar a roda em Necropolis Transparent, tal como não o tinham tentado fazer nos dois discos que lançaram anteriormente. Para quê, se têm aqui 40 minutos dos mais divertidos que ouvimos em todo o 2011?
Peso, riffs mais afiados do que uma catana, agressividade para vender, emprestar, leiloar…ainda sobra alguma para doar para caridade. Tudo muito bem feito e até os guest-vocals são de topo: Jeff Walker, dos Carcass e Peter Tägtgren, dos Hipocrisy, aparecem aqui e ali, e competem com os berros roucos do já mítico Tomas Lindberg (antigo vocalista dos não menos lendários Grotesque e At the Gates, entre muitos muitos outros). Como já disse, ninguém está aqui para correr riscos e enquanto Necropolis Transparent é bom e vai agradar aos fãs do grind e da banda, não deverá trazer muitos novos ouvintes para estas lides. Mas, calculo que a banda esteja consciente disso mesmo e excelentes faixas como Unseen Enemy provam-no .
Este disco é o primeiro da banda depois da morte do guitarristaJesse Pintado, o ex-Terrorizer e Napalm Death, mas o seu substituto, o veterano Anton Reisenegger, dá conta do recado. De destacar também o desempenho do baterista Nicholas Barker. É triste olhar para o CV do britânico e perceber que passou quase toda a sua carreira a desperdiçar o (enorme) talento em bandas de azeite musical, como Cradle of Filth e Dimmu Borgir…