Terminada a trilogia The Warren of Snares, os Fall of Efrafaconcluíram o seu objectivo de realizarem um conto mitológico com base na interpretação de Watership Down, obra de Richard Adams. Finalizado esse objectivo, decidiram que o seu trabalho como banda estava finalizado e que não havia lugar a novos desafios. Entendo os Light Bearer como o resultado e a progressão desse final. A voz criadora é a mesma e também a base literária se mantém em Lapsus.
Novamente com um objectivo conceptual, desta feita com base em obras de John Milton, Philip Pullman e de Dante, os Light Bearersão uma extensão das sonoridades dos Fall of Efrafa. As composições pesadas são mantidas, mas com uma carga cada vez mais notória de sonoridades atmosféricas, sendo a utilização do piano e do violino preponderantes para este factor. Beyond the Infinite, a faixa introdutória do álbum, é demonstrativa do tipo de ambientes que serão seguidos.
Lapsus é um tratado musical de post-rock ambiental, de post-metal, de noise e de camadas experimentais, fazendo lembrar uma guerra caracterizada por ataques surpresa, em que num momento se remete para estados de acalmia, para no segundo posterior serem desferidos golpes certeiros. É nesta dicotomia que o disco caminha, transformando-se numa clara viagem de sensações e de ambientes épicos.
Se os Fall of Efrafa foram uma das propostas mais estimulantes da década passada, com Lapsus, os Light Bearer mostram que não são um lapso e que serão uma das grandes sugestões dos novos tempos.