Conta como Julho? É que foi lançado a 30 de Junho. Finjamos que sim. O cirrótico King Dude, que se deita de borco em cima da folk como uma espécie de gárgula de cabelo puxado atrás, tanto irrita como encanta. Às vezes, toda aquela pompa só dá vontade de lhe cuspir no casaco e dizer-lhe que os Death In June já existem desde o tempo em que as Malvinas apareciam na RTP. Noutras, deixo passar claro, acendo um charro e vou na onda. Este álbum, que apareceu do nada, expande-lhe a folk ambiental de início de carreira para um post-punk com narrativa de para-choques. O fantasma que nos falava da luz de Lúcifer agora também nos quer forrar o estômago com existencialismos de sabor a mentol, assim um Nick Cave contrafeito nas tinturas de Seattle. Ele quer mostrar que o demónio também bebe conhaque e, por mim, é na boa, gosto de brindar com vagabundos.