Os anfitriões da noite não vieram sozinhos: Hatesphere já se perpetuou no ar que se respira, e neste momento, são os Theriomorphic que ditam as leis da inércia dos corpos no Paradise Garage. À primeira vista parece estar uma sala bem cheia mas era ilusão de óptica, à boca do palco há um círculo bem aberto e não vale a pena fechá-lo, o tempo lá fora motiva exteriozações de estado de espírito; uma boa oportunidade nesse sentido, o espétaculo de hoje. Imensamente bem rebidos, o vocal do conjunto death a puxar para uma dureza street do hardcore, estava felícissimo, notava-se.

O espaço do Paradise Garage funciona perfeitamente em vários tipos de concertos, é certo isso, mas não vejo pessoas embriagadas; a demandada não foi para o bar, mas antes lá para fora, onde existem cervejas a um preço não exurbitante. No palco destaca-se um mamarracho tapado por um pano, passados alguns minutos percebemos que é um suporte, qual palanque, onde irá estar o baterista Reidar Horghagen. Imagens alusivas ao último registo dos suecos decoram o palco, e, após uma intro em tom melódico característico do conjunto, é a homónima “End Of Disclosure” que faz os primeiros estrondos recheados de rasgadissímos uivos de Peter Tägtgren.

O apelo à violência foi generoso, aqui a pisadela é recebida com um sorriso e a cacetada com um abraço. A actuação decorre como destacou o vocal à terceira, momentos recentes apadrinhados por “End Of Disclosure”, e outros mais antigos. “Valley Of The Dammned” a receber uma valente prestação no circle pit, que de resto raramente teve momentos mortos. Para arrebatar no falso final gritou-se muito em “Warpath” – o público é feroz, estava sedento de mais e não deixa que a banda demore muito na volta. À entrada é “Roswel 47” que vem acalentar os fãs da banda. O encore foi distribuído em mais três cartuchadas: “Adjusting The Sun” seguida de “Eraser”, que por sua vez, abriu o caminho para “The Final Chapter”.