- Crítica também publicada no número 173 da revista LOUD!
Uma disforia unipolar em fast forward, o romantismo da introversão esculpido pelo charme black metal. Se as leis da cosmologia e os jugos da astrofísica permitissem que os Neurosis e os Ash Borerconstituíssem um singular organismo, simétrico na vontade e medular no determinismo espiritual, os Hope Drone nasceriam. A harmonia cataclísmica, onde o mais belo pode apenas ser descoberto nos escombros de um realismo especulativo, está enclausurada em «Cloak Of Ash». As permutas entre o atmosférico e o convulso, em longas epístolas de dez a vinte minutos, levam-nos a questionar: para quê post-rock quando existe black metal assim? Se o primeiro, amedrontado, pelas franjas se fica, o segundo, com o embalo dos que pouco têm a perder, caminha para um vórtice crepuscular de onde possivelmente já não haverá saída. Damos-lhe a mão e avançamos…