A A389 Recordings tem lançado, nos últimos anos, alguns dos mais badalhocos discos de hardcore. Falamos daquele hardcore com traços vincadamente metálicos, na ríspida tradição de uns Integrity, cuja fragrância a podre se detecta a milhas de distância. Ora esta adjectivação seria uma ofensa para a esmagadora maioria das bandas – não para os Homewrecker.
O nome até nos pode remeter para a malha do inolvidável Jane Doe dos Converge, mas estes tipos do Ohio cosem-se com outras linhas. Temos passagens puramente grind, logo entrelaçadas com ritmos dignos das maiores bestialidades powerviolence/crust, para nos findarmos com breakdowns que incentivam à abertura do maior número de testas alheias.
Há um groove que nos agarra qual anaconda e isso deve-se em grande parte ao excelente equilíbrio que os Homewreckerestabeleceram entre as várias influências que os norteiam. Não chegam ao nível cáustico-demente de uns Full of Hell (apesar do Dylan ser um dos guests do disco, bem como o Tony de Masakari), mas são plenos vencedores na pútrida selva por onde se movimentam. A produção, a cargo de Bill Korecky (Ringworm, Catharsis e… Integrity), adiciona uma densa atmosfera a todo o registo, plenamente ilustrada na voz de Ryan, cheia de reverb e capaz de recordar James Pligge de Harm’s Way.
Worms And Dirt, um dos reis de 2012.