As longas esperas interurbanas de uma cidade que parece acrescentar camadas de pó por passatempo, pombos que se aguilhotinam entre tons de cinzento, a ordem natural das coisas extraviada nos envelopes que Proudhon nunca escreveu, vernáculo de autocarro, baixezas e vagabundos comem-se aos insultos no banco atrás, outro dia, outra manhã, e digam-me uma manhã sequer que valha a pena ser vivida. A palidez de um sol sem vontade, maquilhado de nuvens pelas pálpebras gordas, o lodo pós-aguaceiro que se nos prende à alma como argila nado-morta, e nascemos para isto, para esta merda, para uma suspeita de esperança que se enche de colesterol até esquecer que hoje foi dia,  I Think About It Everyday, tropeços infantis como se estes velhos joelhos aguentassem mais um rasgo, outro desafino, aquele baixo obtuso, uma púbis post-Manchester que se enche de sangue até parir outro amanhã.