Por certo não escolheríamos universalidade para caracterizar o black metal. Seja pelo sectarismo que tantas vezes se veta, seja pelas asperezas estéticas que em tantos outros desperta o escárnio, a chacota ou a cómoda repulsa. Porém, o conceito que os Hæthen nos propõem ao longo deste trabalho é a lei mais fundamental do cosmos. Falamos da erosão. Afirmo-o longe de garantias astrofísicas. Somente por observação e senso comum. Estamos, seja qual o nosso delimite cosmológico, condenados à morte eólica pelo tempo. O que somos hoje não voltaremos a ser amanhã, ainda quem a olho nu as diferenças, nesse curto espaço, se aparentem nulas. Todas esta conversa seria para rir fossemos nós tardígradas. Mas resta-nos o pranto que nem carpideiras descalças por sermos ridiculamente frágeis perante a oxidação temporal.
Os Hæthen, por sua vez, encaram a questão pela big picture; despem a carcaça humana e assumem a dor como expurgação holística. Todos os humanos desaparecerão, certo, mas haverá nisso motivo para sofrimento quando, lá no fundo, o universo como elemento uno esconde também o seu prazo de validade? Não estamos sozinhos na morte. Um ninguém fica cá para semente traduzido em black metal atmosférico, trajando bruma e definitivamente de horizonte mais infinito do que a maioria. Pensem nos Darkspace com mais osso, com mais carne e menos leptossomáticos na sua ânsia de querer colonizar outra galáxia. OsHæthen só querem ter a certeza de que tudo morre por decisão de Éolo.