Rua de São Paulo, outrora reputada pelos seus bordéis e freelancers de esquina, agora infestada de estabelecimentos vintage feiosos que apresentam cervejas a 2.50€. Ao lado do Sabotage, felizmente, ainda depenado àquela hora [22:30], conseguimos arranjar um emigrante brasileiro que as vendia a 1€. Muito mais tarde, recordo-me igualmente de ver bípedes dar 6€ à entrada de bares dos quais teriam de sair dali a meia hora. Uma heresia do que é a noite lisboeta é ter o Mercado da Ribeira fechado às 4 da matina – a malta continua à porta a fazer barulho.

Mas, voltando ao bar do senhor brasileiro e ao Sabotage Club que, muito paulatinamente, foi recebendo os seus convivas, já depois de às 23:20 os The CityZens terem iniciado o seu concerto. A actuação mais interessante da noite, com uma aura blues e psicadélica que extravasou a monocórdia punheteira que imperou nas guitarras. Dizia o rapazola dos The Glockenwise que o garage tem «os mesmo acordes do punk» mas é um bocado «mais maricas». Também não vou dizer que não deu para levantar o pé em alguns segundos do concerto da canalha de Barcelos, todavia, as cantigas cheias de uhhuhhs assemelham-se mais a um indie rock britânico sem liga – será que o som deles é garage mesmo maricas ou indie rock talvez másculo?

Os Go!Zilla encontrei a fumar um charro cheiroso à porta durante a actuação anterior –  nem entre eles há solidariedade, porque haverei eu de tê-la? Falando alto e gesticulando efusivamente, típicos italianos, ensaiando a jogada também ela típica de angariar alguma groupie desmiolada, e resulta. Quiçá a rapaziada de Florença, a mais bela cidade italiana dizem, não esteja habitua aos fumos – o que duvido – certo é que estampavam na face um ar aparvalhado e confuso quando chegada a vez de tocar e as ligações não correram bem, demorando mais de 30 minutos a iniciar o concerto. Até lá foi o rapaz das afirmações anteriores ajudar o lead singer italiano. O concerto lá começou, sem graça, igual ao anterior, com um pequeno upgrade. Alinhamento? Perdoem-me mas não fui capaz de distinguir as malhas umas das outras.