Esteve um dia morno e isso parece ter contagiado tanto os Goldfrapp como o público que veio para os assistir. O Coliseu estava longe de estar cheio, estando pouco menos de meia sala preenchida. Claro que isso pode ter afectado a banda, mas a verdade é que a apresentação de Head First seguiu um pouco em piloto automático.
Alison Goldfrapp tem uma presença forte em palco, com o seu vestido de fitas brilhante abanado por uma potente ventoinha, ia marcando o espectáculo. Bastava incentivar o público um pouco mais que a coisa colava, e as pessoas mexiam-se e gritavam – mas não era algo que se fosse mantendo, na realidade, a comunicação. Essa com os presentes foi escassa, criando uma espécie de barreira a qual não se denotava na sua totalidade. O concerto vivia, assim, muito do espaço cénico e da figura de Alison. Em relação a Will Gregory, o outro membro do duo – que se deixava acompanhar por mais três músicos -, mal se dava por este: ia tocando bem atrás de Alison, divertido, mas distante de tudo e de todos.
As canções pop do álbum mais recente pouco entusiasmaram o público. Foram os singles mais conhecidos de trabalhos anteriores, como ‹‹Ride a White Horse››,‹‹Number 1›› e particularmente ‹‹Ohh La La››, que agitaram um pouco as águas.
Como foi um concerto morno, é caso para dizer que não aqueceu nem arrefeceu. Foi divertido e competente, mas esperava-se mais deste duo britânico que tem a fama de ter o dom de criar pistas de dança nos seus concertos.