Esperamos cá fora encasacados a admirar a rua lisboeta mais despida e gélida do que o costume, a fotografia perfeita para um filme de Suspense dos 50s realizado pelo nosso dearest Alfred. Apressados, corremos para dentro do Club e o primeiro riff de “Hunger Artist” tinha acabado de ecoar. Três lingrinhas e uma baixinha claramente inspirados pelo guarda-roupa do post-punk dos anos 80, adaptando a um estilo corporate classy posh sem gravata, assim se revelam Girls Names para nos mostrarem “Girls Around A Vision”, o álbum de 2015 que tem vindo a crescer.

Extremamente contido, Cathal Cully tenta apaziguar o seu desconforto, promovendo o contacto com o público e desabafando em como se sentia ofuscado com a luz projectada directamente nos seus olhos –  «I guess there is a lot of people but I can’t see, it’s all black to me. Cool.» Numa troca entre o manusear do teclado e do microfone, chateia-se com o suporte, empurra-o para o chão, e vem para junto do público mantendo sempre o seu timbre.

O concerto continua com “Take Out The Hand” e, apesar de a timidez fazer parte das suas características em palco, estes norte-irlandeses depositam na música uma emoção notória que nos envolve e transporta ao prelúdio da era industrial de Belfast. Contudo, o baterista Gib Cassidy também parecia estar aborrecido com o som da sua bateria minutos antes do fim, trocando impressões com o guitarrista. Claramente relutante, Gib regressa para o encore frisando tocar apenas uma música. Uma carta ainda precisava de ser lançada na mesa – anunciar o vencedor do sorteio para o Festival Black Bass 2015.

Quem tiver o bilhete do concerto com o número 63 que se acuse, és o feliz contemplado!