Uma das grandes atracções no Entremuralhas, foi o local onde se realizou: o castelo de Leiria. A fortaleza centenária, de inspiração gótico-medieval, foi o palco ideal para a realização do festival. A sua beleza, ancestralidade e inspiração serviram de mote a um evento que, após o seu final, apenas se poderia classificar como praticamente perfeito para muitos dos presentes.
Este evento, teve como objectivo principal dar visibilidade à cultura gótica, procurando desmistificar algumas ideias pré-concebidas. Pretendeu-se (e sublinhe-se com sucesso) divulgar o movimento gótico, muito delimitado pela noção antropológica de “tribo urbana”, que denota uma ideia de fronteira e separação das outras esferas da vida cultural. Procurou-se em suma, mostrar como a cultura gótica pode ser apreciada por um público mais alargado, sem perder a sua especificidade e identidade própria.
O elemento fundamental deste festival foi a música. Passaram pelos palcos do bandas como Ashram, Ordo Rosarius Equilibrio, Covenant e os portugueses Uxu Kalhus. Mas, desenganem-se aqueles que pensam que a música foi o único foco de interesse neste festival.
Realizaram-se ainda conferências e debates subordinadas ao tema “Margens e Rupturas”. Conferências essas com foque no tema do gótico, nas suas diversas vertentes, salientando-se a noção de gótico não só por oposição a uma noção de “norma” na sociedade, como também lembrando a sua história e património (centros históricos e a sua importância para a cultura), bem como as fronteiras definidoras do que é ser ou não ser gótico, e a incontornável comparação entre o underground versus mainstream.
Entre os conferencistas presentes, destaque no campo da música, para a presença de Adolfo Luxúria Canibal e Fernando Ribeiro; no cinema para Joana Bartolomeu,Filipe Melo e Patrick Mendes; e na arquitectura, Miguel Figueira e Pedro Trindade Ferreira.
Paralelamente houve tempo também para um ciclo de filmes assinados pelos cineastas presentes, como: Sangue Frio, de Patrick Mendes, vencedor do prémio: Melhor Curta de Terror Portuguesa do Motelx, e ainda o conhecido filme I’ll See You In My Dreams, primeira curta-metragem portuguesa sobre zombies, responsabilidade de Filipe Melo.
Outro extra para o público: este pôde vivenciar a fantástica exposição intitulada “A Ferro e Pedra” de Alexandre Estrela. De realçar, igualmente a existência de diversas bancas de comércio que incluíam, merchandising diversos: óbviamente, música – a Equilibrium Music; acessórios e vestuário – a Musa de Inspiração; action figures na Good’n’Evil e literatura gótica na banca da Fnac.