Se existe algum fundamento que não pode ser endereçado aosCrowbar é que ao longo de mais de duas décadas de existência não se tenham mantido fiéis à sua estrutura de composição. Serão assim tantas as diferenças entre “Obedience  Thru Suffering” e “Symmetry In Black”? Porventura, não serão muitas as que possam ser apontadas. Contudo, é destacável a forma cada vez maistrashalhada com que nos surge o último registo, o que conduz a um menor arrastamento dos temas. E diga-se que na boa verdade isso não se mostrou muito positivo.

Ao longo da dúzia de malhas que compõem o alinhamento, nota-se que o sludge da banda de New Orleans está mais directo, rápido, perdendo alguma daquela lentidão dolorosa e pútrida, mas saborosa em que os Crowbar eram mestres e que pronunciavam em Kirk Windstein grande parte de todo o trabalho. Mesmo no que toca a todos os riffs – que continuam a ser projectados numa quantidade monstruosa – fica-se com a sensação que pouco de relevante se nota no décimo longa-duração, apesar de continuarem a conseguir gerar algum impacto como fica óbvio em “Ageless Decay”.

Mesmo que Kirk tenha abandonado os Down para se dedicar exclusivamente à banda na qual se encontra toda a sua marca, parece que este “pé de cabra” bate com menos intensidade, mas que quando consegue ser certeiro deixa disforme qualquer matéria sólida como fica comprovado na constante variação de tempos em temas como “Symbolic Suicide” ou em “A Wealth  OfEmpathy”. Também ao nível vocal se destaca em “Symmetry In Black” uma opção por as tornar mais voláteis e “Shaman Of Belief” é uma boa referência a esse factor.

Com uma dezena de alguns na prateleira, os Crowbar começam a debater-se com uma grande incerteza. Perceber como ainda podem ser impactantes, sem abandonar de todo os seus pergaminhos e aquilo que tanto os notabilizou. Ou então, podem continuar a riffar por todo o lado e gerar mínimas contusões no pescoço.