Quando em miúdo me entretia dias a fio num campo de ténis, só um conselho do treinador se sobrepunha a todos os outros: cuida bem desses tendões. A plasticidade do corpo humano tem um limite bastante considerável e não tolera que galifões, ainda para mais na aparente perene puberdade, se armem em maratonistas do corno de África para trás e para a frente sobre o tartan. Longevidade implica bons tendões. Acho que a Chelsea Wolfepercebe este adágio desportivo, porque “Abyss” tem a musculatura de um gajo que aguenta o quinto set sem grandes tremores ou cãibras. É o álbum mais hipertrófico, mais bicho, mais porteiro de discoteca, mais steward de recinto devoluto, tanto que este, comparado aos anteriores, consegue que a voz dela não se sobreponha aos restantes adereços cénicos. Mas esse peso acrescentado mostra-se bonito, enigmático, esfíngico, não boçal. O Mike Sullivan de Russian Circles veio acrescentar paramétrica e sublinhar a solenidade depressiva que a faz ser rainha de véu entre os loucos de capuz.