No passado dia 24 foi, mais uma vez, noite de “Cartaxo Sessions”. Desta vez, acolheram os grandes Psychic Tv, com abertura por parte dos portugueses Les Baton Rouge.
Numa noite bastante agradável e com a casa bem composta, pouco depois da meia noite as portas do auditório abriram para que o primeiro concerto da noite começasse. Entraram em palco os três elementos de Les Baton Rouge, os quais mostraram, ao longo do concerto, uma atitude séria, tal como uma boa presença de palco – com especial ênfase na vocalista, Suspiria Franklyn, a qual se manteve cheia de garra durante todo o espetáculo.
Apesar do som bastante marcado e energético com influências do movimento post-punk, e, também, um pouco “sombrio” – a iluminação vermelha a incidir nos membros da banda ajudava também para este ambiente – ,não houve grande movimento em palco, apenas por parte de Suspiria, que se movimentava e interagia com os outros dois membros. Na bagageira trouxeram, para além de êxitos marcantes da sua carreira como My Body – The Pistol, músicas do seu novo EP que ainda está a ser finalizado. Em geral houve uma boa recepção por parte do público, o qual, apesar dos aplausos, não cedeu aos esforços da banda para se reunir em frente do palco.
Chegada a vez de Psychic TV, ainda mal a banda entrava e se posicionava em palco, chegando um de cada vez, já era notória a ânsiedade e o entusiasmo de todos, com um enorme aplauso que se intensificou aquando da chegada suave de P-Orridge, que começou de imediato a cantar Maggot Brain, assemelhando-se quase a uma “canção de embalar”. Todos os cinco membros da banda estavam espalhados pelo palco, preenchendo-o por completo. De início, Genesis manteve a sua atitude peculiar, estando sério e observando atentamente todo o auditório, como se estivesse a conhecer cada pessoa presente, ao mesmo tempo que cambaleava pelo palco ao ritmo do som, com uma expressividade muito própria, brincando com os seus colegas de banda. Era quase impossível desviar o olhar, maravilhando-nos com o seu enorme carisma e o seu lado “brincalhão”.
A cada música que passava, uma enorme salva de palmas juntamente com gritos entusiasmados do público faziam sentir-se em todo o auditório. Logo na segunda faixa tocada, um brilhante cover da Silver Machine de Hawkwind, o público foi-se acumulando à frente do palco, dando ainda tempo para uma pequena invasão de palco – sendo notória a satisfação por parte da banda enquanto cantavam em uníssono com a plateia. Mesmo com um pequeno problema com a bateria, a banda continuou a tocar, com Genesis a balbuciar uma música em tom de brincadeira com a situação. De entre todas as peripécias no concerto, destaca-se a “jam” entre Alice (baixista) e Eddie (baterista), um dos melhores momentos do concerto. Foi, de facto, um grande concerto, arrepiante e intenso, fazendo com que se fizesse um pouco de História no Cartaxo.