- Publicada originalmente na revista LOUD! Magazine Nº171
Eufemismo seria chamar-lhes feiticeiros. Os Bong, de pulmões narcoticamente saturados, transmitem-nos um surrealismo de aguarelas e ácido. Estão além da bruxaria imediata, da alquimia intravenosa: são uma volátil espuma sem geometria aparente. Espirram dimensões que não são terrestres, distendem-se por órbitas onde a astrofísica perde a razão. Psiquiatras na ciência espiritual, professores universais de um rock psicadélico que não distingue ancestralidade de futurismo. É como se o viver, o sentido de existir, lhes fosse confortavelmente natural no meio de todas as construções musicais sem termo, de todas as guitarras e cítaras encantadas pelo nirvana amplificado. Os Bong permanecem fieis ao transcendental e « We Are, We Were And We Will Have Been» é um vínculo na omnisciência.