Para nos embalar o espírito, tivemos uma primeira parte repleta de harmonia. Sentado numa cadeira pequena e muito antiga, ou uma réplica do antigamente, faz-se acompanhar por uma guitarra e um piano de sopro. O Homem Em Catarse solta-se num desabafo reflexivo, puxando-nos para a correnteza dos seus pensamentos.

Casa cheia mas respirável, olhamos para trás e vemos a expressão inquietante no rosto do público – uns porque não tiveram a oportunidade de os ver em Paredes de Coura e outros porque querem matar saudades desse momento.

Cinco meninos sobem ao palco e ficam abismados por tamanha recepção totalmente inesperada.  Para fazer jus à devoção afinam as suas cordas e preparam as baquetas, caminhando para a “Run Home”. “BEAUTIFULUNIVERSEMASTERCHAMPION” e “Like A Mouse” ofereceram uma explosão de adrenalina e noradrenalina conjunta, confundindo os neurotransmissores pelas inúmeras hormonas que por ali cirandavam.

O ginger Jonathan concentra-se no seu baixo, ignorando o espaço que o rodeia; Rory e Niall sintonizam as suas guitarras em conjunto, juntando-se diversas vezes ao longo da noite, e Chris projecta toda a sua energia nos pratos. Viajamos num comboio chamando ASIWYFA rumo ao imaginário, parando nos apeadeiros de “Heirs”, “All Hail Bright Futures” e do seu álbum homónimo.

Finalmente o pedido dos fãs foi realizado e a “7 Billion People Alive All At Once”, a preferida da maioria, foi recebida com saudosismo. E, num encore com “Eunoia” e “Big Things Do Remarkable”, o guitarrista Rory Friers saiu do palco para tocar junto de nós, ajoelhado. Os fãs, acompanhando-o, ajoelharam-se também, como forma de agradecimento. And So I Watch You From Afar  foi sem dúvida a catarse de que todos ansiavam.