Alto e pára o baile, ou antes alto e comece-se o baile. Baile é mesmo uma palavra chave. Estes barcelenses, juntos quase à moda das super-bandas numa escala mais maneirinha (contam com elementos de Black Bombaim e Green Machine, ambas da cidade dos galos), têm aquele som descomprometido que serve mesmo só para pôr a malta a dançar. No mínimo dos mínimos, a bater o pé, à moda dos bons anos 70.
Exemplo disso, da melhor maneira possível, é o EP Computer Says No, que só falta mesmo ter o ruído do vinil para matar saudades dos que gostam de andar com a grafonola atrás, ou não tivesse este registo sido produzido por Mike Maiconda, um senhor do analógico. E o início de Gin Tonic, faixa de abertura deste trabalho, a tresandar a surf, só ajuda no ambiente. É, de resto, o único declaradamente surf, apesar da influência ser uma constante.
Os ALTO! são, acima de tudo, a recolha de uma eficaz pesquisa daquilo que é o rock: música para homens, que gostam de dançar, que gostam de mulher e que gostam de exageros. Ou seja, mexendo com estereótipos, funcionaria igualmente para qualquer mulher mais desleixada que não goste de dançar, para homens que gostem de mulheres que gostam de dançar e por aí fora. O EP tem estas características desde a sonoridade à imagem partilhada. Vejamos: as músicas têm desde os nomes mais sexistas (Pussy e Syphillis são bons exemplos), aos mais aventureiros e irresponsáveis (como se vê na aportuguesada I’ll take the train and if necessary the plain, ou mesmo em Gin Tonic), têm as guitarras, o ocasional órgão, os coros… São rock.
Faça-se justiça às dimensões, acima de tudo: como super-banda, bem, os ALTO! são só mesmo os ALTO!. Não são super-banda nenhuma, mas também só querem fazer rock e não precisam de mais para o fazer bem. Ou, pelo menos, essa é a ideia com que nos deixam neste Computer Says No. São cinco músicas, uma pequena amostra do que os ALTO! podem fazer. A ideia que fica é a de que eles podem gritar ALTO! bem alto ou, se necessário, gritar “VAMOS!” e começar a festa.