Depois do anúncio da separação amigável entre os Neurosis Josh Graham, as expectativas para o novo álbum adensaram-se. De facto, essa quebra de união foi apresentada como uma virtude para que pudesse existir uma concentração máxima no futuro dos  A Storm Of Light. A primeira conclusão que podemos tirar ao ouvir “Nations To Flames” é que, em quantos mais projectos estiver envolvido Josh Graham, melhor, uma vez que esta atenção única redundou num disco a roçar o intragável.

Apesar das limitações vocais serem dissimuladas em estúdio, e até advir daí algo estranhamente genuíno, a verdade é que sempre se percebeu nas várias actuações ao vivo que esse seria um factor difícil de esconder. Contudo, o novo longa-duração parece querer encapotar ainda mais esse factor, centrando-se numa produção demasiado artificial, dando a sensação, por variadas vezes, que se está a ouvir algo desumanizado.

Aos A Storm Of Light sempre se associou uma espécie de reciclagem de um conjunto abrangente de estilos, surgindo daí a adequação ao termo post-qualquer coisa a muitos dos seus temas. No entanto, com “Nations To Flames”, o problema é que tudo soa a excessivamente plástico e desinspirado, tal como a primeira malha “Fall” nos alerta logo no início. Ao receio inicial sucede-se todo um conjunto de faixas que nos mostram o quanto está descaracterizada a quarta proposta dos americanos e o quanto tem de banalidade vocal e instrumental. Riffs gastos, atmosferas perdidas e voz desenquadrada são o conteúdo principal neste disco.

Toda aquela sensação apocalíptica que se vislumbrava na imagética das edições, mas que também reflectia o sentido que transportavam as composições dos A Storm Of Light, está agora ausente, sentindo-se uma completa perda de identidade. Completamente distantes dos momentos densos e intensos que as suas atmosferas inconstantes nos transmitiam, onde a qualquer momento se esperava uma explosão sonora ou um compasso de espera, “Nations To Flames” mostra que já nada disto aqui coabita, sendo que, pelo contrário, aquilo que se denota é uma repetição exaustiva e até exasperante do mesmo conceito tema após tema.

Nada estimulantes, sem originalidade e inócuos. Assim se faz o novo registo dos A Storm Of Light, esperando-se que tenha sido apenas algo passageiro e que não nos faça temer pelo futuro musical do quarteto.